27 setembro, 2010

HUGO ALMEIDA

Hugo Almeida nasceu em Nanuque - MG em 1952, fez Comunicação na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e doutorado em literatura brasileira na USP (Universidade de São Paulo). É autor dos romances e doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Mora em São Paulo desde 1984.

Hugo Almeida levou dez anos pensando em escrever um livro sobre a conquista da Lua. - tornou-se autor de "Mais Rápido que a Luz". Na idade de seu personagem Ró, fez com o pai a viagem que narra no livro e, em 1969, assistiu, maravilhado, à chegada do homem à Lua pela televisão. Somente depois de ter escrito outros três livros e de viver a experiência de ser pai, é que pôde concretizar o projeto. Escreveu a primeira versão numa noite, depois a retrabalhou durante mais de um mês. Queria algo simples, claro e sem sobras.


Depois desse livro, publicou vários outros, como os infantis "Todo mundo é diferente"; "Pare, olhe, siga: boa viagem"; e os juvenis "Meu nome é Fogo"; "Minha estréia no crime – Estação 111" e " Cinquenta metros para esquecer". Jornalista e escritor, ele trocou Belo Horizonte por São Paulo em 1984. Um ano depois, publicou "Em teu seio Liberdade "(contos) e, em 1988, o romance "Mil corações solitários", Prêmio Nestlé -1988 e Cidade de Belo Horizonte -1987, com o título de "Carta de navegação". Com o livro então inédito "Estação 111", ficção cujo pano de fundo é o massacre do Carandiru, Hugo Almeida obteve Menção Honrosa no XVII Prêmio Vladimir Herzog, categoria Literatura, em outubro de 1995.


Não se pense que tal fase de Hugo Almeida permaneceu isolada no passado. Em 1985 e 1996 ele publicou uma mesma série de contos através de EMW Editores (com o nome de Em teu seio Liberdade) e da Editora Didática Paulista (denominando-o Cinqüenta metros para esquecer). Desses se destaca -- em meio a alguns trabalhos realmente herméticos ou excessivamente experimentais, típicos da época -- um que considero antológico, intitulado Antes do sol, antes da chuva na primeira edição, História em quadrinhos na segunda. Produzido em 76 e reciclado em 94, esta short story é de uma beleza "visual" digna das melhores graphic novels que tenho lido nestes últimos anos, merecedora de figurar em qualquer coletânea de melhores contos, do século XX ou não. Quem pretenda fazer um curta-metragem com imagens a Edward Hopper (como a da mulher vista apenas em parte, da janela do primeiro andar de um prédio, enquanto a cortina voa) aí tem material farto. Há outro conto notável, somente no último livro: "Maresia". Não pelo fato de ter dois pontos de vista simultâneos da ação narrada -- isso Rashomon, de Akutagawa / Kurosawa, e As I Lay Dying, de Faulkner, já haviam levado à exasperação -- mas pela densidade nervosa do entrecho, em cima de uma ação cotidiana. 

Como jornalista, Hugo Almeida trabalhou por 17 anos no Grupo Estado, sendo 12 no jornal O Estado de S. Paulo e outros cinco na Agência Estado. Atualmente é assessor de comunicação da Secretaria Estadual de Saneamento e Energia. Já em seu lado acadêmico e de escritor, tornou-se doutor em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (USP), com tese sobre o romance "A rainha dos cárceres da Grécia", de Osman Lins, defendida em 2005. Organizou e prefaciou o volume de ensaios "Osman Lins: o sopro na argila", editado pela Nankin em 2004. Além dele e de "Viagem à Lua de canoa", também publicou pela Nankin o infantil "Que dia será o dia?" e a novela "Porto Seguro".

Como dizia uma velha propaganda: "em tempo de crise... corte o esse ... e crie". Hugo Almeida já fala em novo romance a vir por aí. Tenho certeza de que ele já tem o mapa da mina e o caminho das pedras.
Para conhecer um pouco mais da obra do autor, acesse o link e baixe o livro "Que Dia Será O Dia?":

http://www.nankin.com.br/imprensa/Releases/Que-dia.htm

http://www.nankin.com.br/imprensa/Materias_jornais/PortoSeguro-WJSolha.htm

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