19 outubro, 2010

RELATO DE HUGO ALMEIDA SOBRE A VISITA À EMVP EM 2010




Surpresas que alegram o coração

Relato de Hugo Almeida, autor de Meu nome é Fogo,
sobre a visita à Escola Municipal da Vila Pinho


Quando cheguei à Escola Municipal da Vila Pinho, no início da tarde de sexta-feira, dia 20 de agosto de 2010, com meu filho, Bruno (o Nuno Arcanjo), e o Breno, divulgador da Editora Dimensão, eu devia pesar uns cem quilos. Em princípio, não havia nenhum motivo para isso. Desde o início do ano já sabia que teria de ir a uma escola municipal de Belo Horizonte para falar com alunos e professores sobre meu livro Meu nome é Fogo, editado pela Dimensão e adotado pela Prefeitura. Mas sempre fico apreensivo antes de falar em público. Sinto-me pesado, mesmo antes de falar com leitores infantis, que costumam ser os mais espontâneos e espertos. Um escritor escreve para ser lido, e o contato direto com o leitor costuma ser um momento especial. Foi assim na Escola da Vila Pinho.
Cheguei a Belo Horizonte na segunda-feira, em férias. Reli Meu nome é Fogo e outros dois infantis meus, Todo mundo é diferente (Editora Lê) e Que dia será o dia? (Nankin Editorial) e fiz anotações, sobretudo sobre como escrevi Meu nome é Fogo, o principal assunto da visita à escola. Preparei quatro páginas digitadas e ensaiei a apresentação, sozinho, num quarto da casa de meu pai.
Também levei para a escola três contos infantis inéditos que gostaria de ler para a turma. Como a informação inicial era de que havia alunos de até 13 anos, fui disposto a ler ainda dois contos “adultos” do meu livro Cinquenta metros para esquecer, que saiu em 1996 pela Didática Paulista e está fora de catálogo.
Bem, ao chegar à escola fui recebido pela alegre e dinâmica bibliotecária Nádia Rose. Parte do peso extra começou a desaparecer. Conversei com ela, funcionários e professoras da escola, se não me engano na sala dos professores. Uma conversa descontraída, tranquila. Minha apreensão foi sumindo, sumindo. Ao chegar ao auditório, mais surpresas boas me aguardavam.
Para não me estender muito: foi uma tarde inesquecível para mim. O palco e o auditório estavam repletos de desenhos e textos de alunos sobre Meu nome é Fogo. Fizeram um belo jogral baseado em Todo mundo é diferente que me emocionou. Também cantaram “Você é especial”, de Aline Barros. Mais emoção. Em seguida, falei um pouco sobre minha literatura e Meu nome é Fogo. Depois, os alunos me fizeram perguntas e mais perguntas. Sempre curiosas. Tentei responder a todos. Terminada a chuva de perguntas, li os três contos inéditos (silêncio no auditório) e seguiu-se uma sessão de autógrafos em livros, cadernos e papéis. A garotada me contagiou. Eu nem sentia o tempo. Ele voava, como se diz. Houve mais alegria e emoção.
Ganhei uma bela caneta, dois desenhos lindos (um deles um retrato meu, a lápis, “tamanho natural”, como meu pai disse depois), e vários textos de bilhetes ilustrados de alunos encantadores. (Desculpem-me não citar o nome dos professores e funcionários tão atenciosos que me proporcionaram tantas alegrias, mas vocês sabem quem são.) Houve tempo ainda para a leitura dos contos adultos na biblioteca, um momento especial para mim, e para um lanche com broa de milho e pão de queijo. Saí da escola leve, leve, feliz, sem a sobrecarga de 30 quilos. Como eu disse lá, aquela tarde foi meu presente de aniversário, que eu comemoraria dois dias depois. Obrigado a todos. E parabéns pelo bonito trabalho que fazem com a literatura brasileira. Quero voltar.


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